ninguém vê o que a gente esconde
pra caber. o que a gente engole, dobra, silencia. tem partes nossas que foram
ficando pelo caminho, porque não encaixavam, porque incomodavam, porque eram
demais pra alguém. e, aos poucos, a gente vai se apertando em versões menores
de si mesmo, tentando fazer parecer que tá tudo certo.
mas não tá. porque tem um custo.
e o preço de não caber inteiro é alto. são pedaços que doem por dentro,
sentimentos que a gente trancou, palavras que ficaram entaladas. são vontades
abortadas antes de nascer, sonhos empurrados pra depois, e um depois que nunca
chega.
as coisas que não couberam foram
ficando em gavetas internas, que vez ou outra se abrem sozinhas. e aí
transbordam em forma de angústia, ansiedade, crises sem nome. é o corpo
avisando que tem partes dele que você abandonou. e que agora, doem.
ninguém devia precisar diminuir o
próprio brilho pra não ofuscar alguém. ninguém devia se calar pra manter a paz.
ninguém devia ter que se apagar pra ser amado. mas a gente faz. por medo de
rejeição, por carência, por amor mal compreendido. até perceber que, no fim, o
que não coube em alguém pode ser exatamente o que te faz ser quem é.
as coisas que não couberam
merecem espaço. merecem luz. merecem perdão. não da parte do outro — mas da
nossa. perdão por ter escondido tanto, por ter fingido tanto, por ter se
esquecido de si. ainda dá tempo de recolher cada parte deixada pra trás e
dizer: agora você pode ficar. agora você cabe.
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